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Exemplos de

Levar as mãos à cabeça

3 resultados encontrados


1. Metamorfose

ciente para pagar o que os meus pais lhe devem - o que deve
outros cinco ou seis anos -, faço-o, com certeza. Nessa al
r, dado que na cama, bem o sabia, as suas meditações não
iam a qualquer conclusão sensata. Lembrava-se de muitas vez
úbita como deu um último passo para sair da sala de estar
ia a crer que tinha posto o pé em cima duma brasa. Chegado
al como era em relação às mulheres, acabaria se deixando
por ela. Ela teria fechado a porta de entrada e, no vestíb
a sua bebida preferida e fosse certamente essa a razão que
a a irmã a pôr-lho ali, Efetivamente, foi quase com repuls
referências à questão. Gregor tomara a firme decisão de
a idéia avante e tencionava anunciar solenemente o acontec
nte devido à sua invulgar largura. Precisaria de braços e
para erguer-se; em seu lugar, tinha apenas as inúmeras per
, espetado em todas as direções, começou por retorcer as
e olhar para o pai, após o que deu dois passos em direçã
u perplexo em tomo da sala de estar, cobriu os olhos com as
e desatou a chorar, o peito vigoroso sacudido por soluços.
ra o chefe de escritório, que estava agarrado com ambas as
ao corrimão da escada para o terraço; subitamente, ao pro
r do frio, e debruçava-se a ela segurando a cabeça com as
. Uma rajada de vento penetrou pelas escadas, agitando as co
em tomo dela; ergueu logo a tigela, não diretamente com as
, é certo, mas sim com um pano, e levou-a. Gregor sentia um
nota das encomendas que tenho, esses se limitam a sentar-se
mesa para o pequeno almoço. Eu que tentasse sequer fazer i
ara agora, o melhor é me levantar, porque o meu trem parte
s cinco. Olhou para o despertador, que fazia tique-taque na
mais o barulho. Mas que faria agora? O próximo trem saía
s sete; para apanhá-lo tinha de correr como um doido, as am
nto desta vez? Efetivamente, Gregor sentia-se bastante bem,
parte uma sonolência que era perfeitamente supérflua depo
depois de um tão longo sono, e sentia-se mesmo esfomeado.
medida que tudo isto lhe passava pela mente a toda a veloci
e hábito que adquirira em viagem de fechar todas as portas
chave durante a noite, mesmo em casa. A sua intenção imed
s o movimento seguinte era complicado, especialmente devido
sua invulgar largura. Precisaria de braços e mãos para er
nto da cabeça. Ao conseguir, por fim, mover a cabeça até
borda da cama, sentiu-se demasiado assustado para prossegui
sse que um repouso tão completo devolvesse todas as coisas
sua situação real e vulgar. A seguir, disse a si mesmo: A
bolar, balouçando-se para um lado e para outro -, veio-lhe
idéia como seria fácil se conseguisse ajuda. Duas pessoas
que as pernas encontrassem então a função própria. Bem,
parte o fato de todas as portas estarem fechadas à chave,
a. Bem, à parte o fato de todas as portas estarem fechadas
chave, deveria mesmo pedir auxílio? A despeito da sua infe
se a qualquer esperança irracional. A seguir, a criada foi
porta, como de costume, com o seu andar pesado e abriu-a. G
r numa firma em que a menor omissão dava imediatamente asa
maior das suspeitas! Seria que todos os empregados em bloco
a a irmã o ouvir. - Gregor - disse então o pai, do quarto
esquerda -, está aqui o chefe de escritório e quer saber
prego. Quase me zango com a mania que ele tem de nunca sair
noite; há oito dias que está em casa e não houve uma ún
uve uma única noite que não ficasse em casa. Senta-se ali
mesa, muito sossegado, a ler o jornal ou a consultar horár
perguntou impacientemente o pai de Gregor, tornando a bater
porta. - Não - disse Gregor. Na sala da esquerda seguiu-se
s pode repentinamente deitar uma pessoa abaixo. Ainda ontem
noite estava perfeitamente, os meus pais que o digam; ou, a
or mal sabia o que estava a dizer, havia chegado facilmente
cômoda, talvez devido à prática que tinha tido na cama,
a dizer, havia chegado facilmente à cômoda, talvez devido
prática que tinha tido na cama, e tentava agora erguer-se
de todas as insistências, o que diriam os outros ao vê-lo
sua frente. Se ficassem horrorizados, a responsabilidade j
o teria razão para preocupar-se, e podia realmente chegar
estação a tempo de apanhar o trem das oito, se andasse de
e pé; embora o atormentassem, deixou de ligar importância
s dores na parte inferior do corpo. Depois deixou-se cair co
cair contra as costas de uma cadeira próxima e agarrou-se
s suas bordas com as pequenas pernas. Isto devolveu-lhe o co
avia completo silêncio. Talvez os pais estivessem sentados
mesa com o chefe de escritório, a segredar, ou talvez se e
rio, a segredar, ou talvez se encontrassem todos encostados
porta, à escuta. Lentamente, Gregor empurrou a cadeira em
redar, ou talvez se encontrassem todos encostados à porta,
escuta. Lentamente, Gregor empurrou a cadeira em direção
escuta. Lentamente, Gregor empurrou a cadeira em direção
porta, após o que a largou, agarrou-se à porta para se am
ira em direção à porta, após o que a largou, agarrou-se
porta para se amparar as plantas das extremidades das peque
mandíbulas na chave com todas as forças de que dispunha.
medida que a rotação da chave progredia, ele torneava a f
soluços. Gregor não entrou na sala, mantendo-se encostado
parte interior da portada fechada, deixando apenas metade d
nterior da portada fechada, deixando apenas metade do corpo
vista, a cabeça a tombar para um e outro lado, por forma a
uer que mostre que me dá razão, pelo menos em parte! Logo
s primeiras palavras de Gregor, o chefe de escritório recua
certo o chefe de escritório, parcial como era em relação
s mulheres, acabaria se deixando levar por ela. Ela teria fe
que não interferiu, a não ser para, de quando em quando e
distância, lhe auxiliar a manobra com a ponta da bengala.
ue se parecesse com abrir a outra portada, para dar espaço
passagem de Gregor. Dominava-o a idéia fixa de fazer Grego
de começava pela primeira vez a apreciar, arrastou-se até
porta, para ver o que acontecera. Sentia todo o flanco esqu
e arrastava-se, inútil, atrás de si. Só depois de chegar
porta percebeu o que o tinha atraído para ela: o cheiro da
flanco esquerdo magoado, que o obrigava a ingerir a comida
força de sacudidelas, recorrendo a todo o corpo, não gost
rificou que tinham acendido o gás na sala de estar. Embora
quela hora o pai costumasse ler o jornal em voz alta para a
rande orgulho por ter sido capaz de proporcionar aos pais e
irmã uma tal vida numa casa tão boa. Mas que sucederia se
ta. De manhã cedo, quando todas as portas estavam fechadas
chave, todos tinham querido entrar; agora, que ele tinha ab
Não era nada provável que alguém viesse visitá-lo até
manhã seguinte, de modo que tinha tempo de sobra para medi
ua sorte e alimentando vagas esperanças, que levavam todas
mesma conclusão: devia deixar-se estar e, usando de paciê
presentes. De manhã bem cedo, Gregor teve ocasião de pôr
prova o valor das suas recentes resoluções, dado que a ir
ediatamente, com surpresa, que a tigela estava ainda cheia,
exceção de uma pequena porção de leite derramado em tom
a chave, dando-lhe a entender que podia ficar completamente
vontade. Todas as pernas de Gregor se precipitaram em dire
ade. Todas as pernas de Gregor se precipitaram em direção
comida. As feridas deviam estar completamente curadas, alé
que ele dizia, nunca lhes passara pela cabeça, nem sequer
irmã, que ele pudesse percebê-los; assim, sempre que a ir
seus santos. Mais tarde, quando se acostumou um pouco mais
situação - é claro que nunca poderia acostumar-se inteir
rar; se ele não respondia, dava a entender que podia pedir
porteira que fosse buscá-la, para que ele não se sentisse
seguinte, apesar das grandes despesas que isso acarretaria,
s quais de qualquer maneira haveria de fazer face, já que e
s pais, procuravam até evitar essas inocentes referências
questão. Gregor tomara a firme decisão de levar a idéia
lhe povoavam a mente enquanto se mantinha ereto, encostado
porta, à escuta. Por vezes, o cansaço obrigava-o a interr
vam a mente enquanto se mantinha ereto, encostado à porta,
escuta. Por vezes, o cansaço obrigava-o a interrompê-la,
a interrompê-la, limitando-se então a encostar a cabeça
porta, mas imediatamente obrigado a endireitar-se de novo,
ito não se encarregar de tais assuntos; por outro, graças
circunstância de a mãe nem sempre perceber tudo à primei
raças à circunstância de a mãe nem sempre perceber tudo
primeira - , Gregor ficou por fim a saber que um certo núm
número de investimentos, poucos, é certo, tinham escapado
ruína e tinham até aumentado ligeiramente, pois, entretan
ra qualquer emergência. Quanto ao dinheiro para fazer face
s despesas normais, havia que ganhá-lo. o pai era ainda sau
cedido, tinha engordado e tornara-se um tanto lento. Quanto
velha mãe, como poderia ganhar a vida com aquela asma, que
udo, tocar violino? A principio, sempre que ouvia menções
necessidade de ganhar dinheiro, Gregor afastava-se da porta
ra junto da janela, trepava para o peitoril e, arrimando-se
cadeira, encostava-se às vidraças, certamente obedecendo
va para o peitoril e, arrimando-se à cadeira, encostava-se
s vidraças, certamente obedecendo a qualquer reminiscência
da sensação de liberdade que sempre experimentava ao ver
janela. De fato, dia após dia, até as coisas que estavam
do outro lado da rua, que antigamente odiava por ter sempre
frente dos olhos, ficava agora bastante para além do seu a
eiramente mais cedo do que era habitual e deu com ele a ver
janela, imóvel, numa posição em que parecia um espectro.
evelou a Gregor a repulsa que o seu aspecto provocava ainda
irmã e o esforço que devia custar-lhe não desatar a corr
estas condições, decidiu um dia poupá-la a tal visão e,
custa de quatro horas de trabalho, pôs um lençol pelas co
ente uma ponta do lençol para ver qual a reação da irmã
quela nova disposição. Durante os primeiros quinze dias, o
nto, uma lia inútil. Agora, era freqüente esperarem ambos
porta, enquanto a irmã procedia à limpeza do quarto, perg
qüente esperarem ambos à porta, enquanto a irmã procedia
limpeza do quarto, perguntando-lhe logo que saía como corr
tardou em ser satisfeito. Durante o dia evitava mostrar-se
janela, por consideração para com os pais, mas os poucos
evia a pedir ajuda ao pai, estava fora de questão recorrer
criada, uma menina de dezesseis anos que havia tido a corag
edido o especial favor de manter a porta da cozinha fechada
chave e abri-la apenas quando expressamente a chamavam. Des
exclamações de ávida satisfação, que diminuíram junto
porta do quarto de Gregor. É claro que a irmã entrou prim
ter decidido afinal visitá-lo. - Entre, que ele não está
vista - disse a irmã, certamente guiando-a pela mão. Greg
ã a chamar a si a maior parte do trabalho, sem dar ouvidos
s admoestações da mãe, receosa de que a filha estivesse a
l que sucedesse o mesmo a Gregor, dado que estava habituado
mobília havia muito tempo e a sua ausência poderia fazê-
ança de que ele se cure e que o abandonamos impiedosamente
sua sorte? Acho que o melhor é deixar o quarto exatamente
qualquer ser humano, durante os dois últimos meses, aliada
monotonia da vida em família, lhe deviam ter perturbado o
o que parecia revestido de metal, e, ao levantar um pouco a
, divisou o arredondado ventre castanho dividido em duros se
a cima na cama, de modo a conseguir mexer mais facilmente a
, identificou o local da comichão, que estava rodeado de um
rair primeiro a parte superior, deslizando cuidadosamente a
para a borda da cama. Descobriu ser fácil e, apesar da sua
me, o corpo acabou por acompanhar lentamente o movimento da
. Ao conseguir, por fim, mover a cabeça até à borda da ca
ente o movimento da cabeça. Ao conseguir, por fim, mover a
até à borda da cama, sentiu-se demasiado assustado para p
ir naquela posição, só um milagre o salvaria de magoar a
. E, custasse o que custasse, não podia perder os sentidos
Caso se desequilibrasse naquela posição, podia proteger a
de qualquer pancada erguendo-a num ângulo agudo ao cair. O
da, fosse tão atormentado pela consciência que perdesse a
e ficasse realmente incapaz de levantar-se da cama? Não te
or isso muito alarmante. Simplesmente, não tinha erguido a
com cuidado suficiente e batera com ela; virou-a e esfregou
para si: Afinal, não precisei do serralheiro, e encostou a
ao puxador, para abrir completamente a porta. Como tinha de
ortada fechada, deixando apenas metade do corpo à vista, a
a tombar para um e outro lado, por forma a ver os demais. E
s, aos gritos: Socorro, por amor de Deus, socorro! Baixou a
, como se quisesse observar melhor Gregor, mas, pelo contrá
er eram compreendidos; por mais que baixasse humildemente a
, o pai limitava-se a bater mais fortemente com os pés no c
a janela, apesar do frio, e debruçava-se a ela segurando a
com as mãos. Uma rajada de vento penetrou pelas escadas, a
mão pudesse desferir-lhe uma pancada fatal no dorso ou na
. Finalmente, reconheceu que não lhe restava alternativa, p
bio! Era uma coisa que estava a pontos de fazê-lo perder a
. Quase havia completado a rotação quando o assobio o deso
eção errada. Quando, finalmente, viu a porta em frente da
, pareceu-lhe que o corpo era demasiadamente largo para pode
tia ainda mais fome que de manhã, e imediatamente enfiou a
no leite, quase mergulhando também os olhos. Depressa, a r
o um tanto comprimido e não lhe fosse possível levantar a
, lamentando apenas que o corpo fosse largo de mais para cab
e visita a um inválido ou a um estranho. Gregor estendeu a
para fora do sofá e ficou a observá-la. Notaria a irmã q
sufocação, sentia os olhos saírem um bocado para fora da
ao observar a irmã, que de nada suspeitava, varrendo não
nguém compreendia o que ele dizia, nunca lhes passara pela
, nem sequer à irmã, que ele pudesse percebê-los; assim,
rigava-o a interrompê-la, limitando-se então a encostar a
à porta, mas imediatamente obrigado a endireitar-se de nov
ar-se de novo, pois até o leve ruído que fazia ao mexer a
era audível na sala ao lado e fazia parar todas as convers
. Do outro lado da porta, Gregor acenava ansiosamente com a
, satisfeito perante aquela demonstração de inesperado esp
ubstância pegajosa das extremidades das pernas, e meteu na
a idéia de arranjar-lhe a maior porção de espaço livre
almente atirado para cima do sofá. Desta vez não deitou a
de fora para espreitar, renunciando ao prazer de ver a mãe

2. Barca

pera o Paraíso vou. ANJO Pois cant'eu mui fora estou de te
para lá. Essoutra te levará; vai pera quem te enganou! ON
is cant'eu mui fora estou de te levar para lá. Essoutra te
á; vai pera quem te enganou! ONZENEIRO Porquê? ANJO Porque
se à barca do Anjo, e diz: Hou da santa caravela, poderês
-me nela? ANJO A cárrega t'embaraça. SAPATEIRO Nom há mer
DIABO E trazês vós muito fato? BRÍZIDA O que me convém
. Día. Que é o que havês d'embarcar? BRÍZIDA Seiscentos
gos postiços e três arcas de feitiços que nom podem mais
. Três almários de mentir, e cinco cofres de enlheos, e al
. BRÍZIDA Pois estou-vos eu contando o porque me haveis de
. ANJO Não cures de importunar, que não podes vir aqui. BR
restes! CORREGEDOR Oh! Renego da viagem e de quem me há-de
! Há 'qui meirinho do mar? DIABO Não há tal costumagem. C
or: CORREGEDOR Ó senhor Procurador! PROCURADOR Bejo-vo-las
, Juiz! Que diz esse arrais? Que diz? DIABO Que serês bom r
começa o Arrais do Inferno ante que o Fidalgo venha. DIABO
barca, à barca, houlá! que temos gentil maré! - Ora venh
Arrais do Inferno ante que o Fidalgo venha. DIABO À barca,
barca, houlá! que temos gentil maré! - Ora venha o carro
ele palanco e despeja aquele banco, pera a gente que virá.
barca, à barca, hu-u! Asinha, que se quer ir! Oh, que temp
o e despeja aquele banco, pera a gente que virá. À barca,
barca, hu-u! Asinha, que se quer ir! Oh, que tempo de parti
m lá por ti?!... Embarca - ou embarcai... que haveis de ir
derradeira! Mandai meter a cadeira, que assi passou vosso p
achar-vos-eis tanto menos quanto mais fostes fumoso. DIABO
barca, à barca, senhores! Oh! que maré tão de prata! Um
-eis tanto menos quanto mais fostes fumoso. DIABO À barca,
barca, senhores! Oh! que maré tão de prata! Um ventozinho
vos serviremos. FIDALGO Esperar-me-ês vós aqui, tornarei
outra vida ver minha dama querida que se quer matar por mi.
lores, com tais modos de lavores, que estará fora de si...
barca, à barca, boa gente, que queremos dar à vela! Chega
tais modos de lavores, que estará fora de si... À barca,
barca, boa gente, que queremos dar à vela! Chegar ela! Che
ra de si... À barca, à barca, boa gente, que queremos dar
vela! Chegar ela! Chegar ela! Muitos e de boamente! Oh! que
O Dix! Nom vou eu tal barca. Estoutra tem avantagem. Vai-se
barca do Anjo, e diz: Hou da barca! Houlá! Hou! Haveis log
zena, como és fea e filha de maldição! Torna o Onzeneiro
barca do Inferno e diz: ONZENEIRO Houlá! Hou! Demo barquei
que te caiu! Hiu! Hiu! Lanço-te üa pulha! Dê-dê! Pica n
quela! Hump! Hump! Caga na vela! Hio, cabeça de grulha! Per
da satisfação? SAPATEIRO Ah! Nom praza ò cordovão, nem
puta da badana, se é esta boa traquitana em que se vê Jan
ue se vê Jan Antão! Ora juro a Deus que é graça! Vai-se
barca do Anjo, e diz: Hou da santa caravela, poderês levar
O Escrito estás no caderno das ementas infernais. Torna-se
barca dos danados, e diz: SAPATEIRO Hou barqueiros! Que agu
iros! Que aguardais? Vamos, venha a prancha logo e levai-me
quele fogo! Não nos detenhamos mais! Vem um Frade com üa M
i-de ser condenado?!... Um padre tão namorado e tanto dado
virtude? Assi Deus me dê saúde, que eu estou maravilhado!
sia! Tornou a tomar a Moça pela mão, dizendo: FRADE Vamos
barca da Glória! Começou o Frade a fazer o tordião e for
amá! Furtaste esse trinchão, frade? FRADE Senhora, dá-me
vontade que este feito mal está. Vamos onde havemos d'ir!
eio üa Alcoviteira, per nome Brízida Vaz, a qual chegando
barca infernal, diz desta maneira: BRÍZIDA Hou lá da barc
sas moças que vendia. Daquestra mercadoria trago eu muita,
bofé! DIABO Ora ponde aqui o pé... BRÍZIDA Hui! E eu vou
toutra barca, cá fundo, me vou, que é mais real. Chegando
Barca da Glória diz ao Anjo: Barqueiro mano, meus olhos, p
o eu: todas salvas polo meu que nenhüa se perdeu. E prouve
quele do Céu que todas acharam dono. Cuidais que dormia eu
i, pois não me há-de aproveitar!... Torna-se Brízida Vaz
Barca do Inferno, dizendo: BRÍZIDA Hou barqueiros da má-h
nto que Brízida Vaz se embarcou, veo um Judeu, com um bode
s costas; e, chegando ao batel dos danados, diz: JUDEU Que v
perta o salvador, e mija na caravela! DIABO Sus, sus! Demos
vela! Vós, Judeu, irês à toa, que sois mui ruim pessoa.
caravela! DIABO Sus, sus! Demos à vela! Vós, Judeu, irês
toa, que sois mui ruim pessoa. Levai o cabrão na trela! Ve
trela! Vem um Corregedor, carregado de feitos, e, chegando
barca do Inferno, com sua vara na mão, diz: CORREGEDOR Hou
ai o batel? DIABO No Inferno vos poeremos. CORREGEDOR Como?
terra dos demos há-de ir um corregedor? DIABO Santo descor
OR Confessaste-vos, doutor? PROCURADOR Bacharel som. Dou-me
Demo! Não cuidei que era extremo, nem de morte minha dor.
ede, juiz d'alçada: vem lá Pêro de Lixboa? Levá-lo-emos
toa e irá nesta barcada. Vem um homem que morreu Enforcado
salteiro e o pregão vitatório; e que era mui notório que
queles deciprinados eram horas dos finados e missas de São
cantavam, quanto a palavra dela, é a seguinte: CAVALEIROS
barca, à barca segura, barca bem guarnecida, à barca, à
quanto a palavra dela, é a seguinte: CAVALEIROS À barca,
barca segura, barca bem guarnecida, à barca, à barca da v
CAVALEIROS À barca, à barca segura, barca bem guarnecida,
barca, à barca da vida! Senhores que trabalhais pola vida
À barca, à barca segura, barca bem guarnecida, à barca,
barca da vida! Senhores que trabalhais pola vida transitór
itória, memória , por Deus, memória deste temeroso cais!
barca, à barca, mortais, Barca bem guarnecida, à barca,
emória , por Deus, memória deste temeroso cais! À barca,
barca, mortais, Barca bem guarnecida, à barca, à barca da
so cais! À barca, à barca, mortais, Barca bem guarnecida,
barca, à barca da vida! Vigiai-vos, pecadores, que, depois
barca, à barca, mortais, Barca bem guarnecida, à barca,
barca da vida! Vigiai-vos, pecadores, que, depois da sepult
epultura, neste rio está a ventura de prazeres ou dolores!
barca, à barca, senhores, barca mui nobrecida, à barca,
neste rio está a ventura de prazeres ou dolores! À barca,
barca, senhores, barca mui nobrecida, à barca, à barca da
dolores! À barca, à barca, senhores, barca mui nobrecida,
barca, à barca da vida! E passando per diante da proa do b
barca, à barca, senhores, barca mui nobrecida, à barca,
barca da vida! E passando per diante da proa do batel dos d
essa! Tornaram a prosseguir, cantando, seu caminho direito
barca da Glória, e, tanto que chegam, diz o Anjo: ANJO Ó
lha! Dê-dê! Pica nàquela! Hump! Hump! Caga na vela! Hio,
de grulha! Perna de cigarra velha, caganita de coelha, pelo
re marido, haveis de ser cá pingado... Descobriu o Frade a
, tirando o capelo; e apareceu o casco, e diz o Frade: FRADE

3. Taverna

s atirar-me ao mar. — Não o faria: tens uma bela figura.
-te-ei comigo. Servirás... — Servir!?...— e ri-me: depo
e o estalar de um beijo... o punhal já estava nu em minhas
frias... — Boa noite, moço: podes seguir, disse ele. Cam
iu, levantei os tijolos de mármore do meu quarto, e com as
cavei aí um túmulo. Tomei-a então pela última vez nos b
e um fim. Esvaziou o copo cheio de vinho, e com a barba nas
alvas, com os olhos de verde-mar fixos, falou: — Sabeis,
s franjas da mantilha acetinada, com as plantas mimosas, as
de alabastro, os olhos que brilham e os lábios de rosa d'A
ou-se no seu leito e agradeceu a Deus ainda ver-me, pôs as
na minha cabeça, banhou-me a fronte de lágrimas — eram
mas — eram as últimas — depois deixou-se cair, pôs as
no peito, e com os olhos em mim murmurou: Deus! A voz sufoc
mens: quando o sangue lhes salpica as faces, lhes ensopa as
, correm a morte como um rio ao mar, como a cascavel ao fogo
rganta, sufoquei-o e expirou... Não cubrais o rosto com as
— faríeis o mesmo... Aquele cadáver foi nosso alimento
ava-se nas ondas e bebia a água salgada, e oferecia-ma nas
pálidas, dizendo que era vinho. As gargalhadas frias vinha
Sentei-me junto do leito dela. Apertou minha mão nas suas
frias e murmurou em meus ouvidos: — Gennaro, eu te perdô
a Nauza que a amava: ajoelhei-me junto dela, beijei-lhe as
, reguei seu colo de lágrimas. Ela voltou a face: eu cri qu
: ramo a ramo, folha por folha os arbustos me estalavam nas
, as raízes secas que saiam pelo despenhadeiro estalavam so
ntemplação, em vê-la, ama-la e sonhá-la: apertei minhas
jurando que isso não iria além, que era muito esperar em
. É um requintar de gozo blasfemo que mescla o sacrilégio
convulsão do amor, o beijo lascivo à embriaguez da crenç
mescla o sacrilégio à convulsão do amor, o beijo lascivo
embriaguez da crença! — Era em Roma. Uma noite a lua ia
A face daquela mulher era como a de uma estátua pálida
lua. Pelas faces dela, como gotas de uma taça caída, rola
adas junto a uma cruz. O frio da noite, aquele sono dormido
chuva, causaram-me uma febre. No meu delírio passava e rep
ida no leito dela a condessa Bárbara. Dei um último olhar
quela forma nua e adormecida com a febre nas faces e a lasc
quela vigília. A madrugada passava já frouxa nas janelas.
quele calor de meu peito, à febre de meus lábios, à convu
passava já frouxa nas janelas. Àquele calor de meu peito,
febre de meus lábios, à convulsão de meu amor, a donzela
elas. Àquele calor de meu peito, à febre de meus lábios,
convulsão de meu amor, a donzela pálida parecia reanimar-
duelos com meus três melhores amigos, abrir três túmulos
queles que mais me amavam na vida — e depois, depois senti
Senhores! aí temos vinho de Espanha, enchei os copos: —
saúde das Espanholas!... . . . . . . . . . . . . . . . . .
em pisaram-me ao passar e partiram-me a cabeça de encontro
lájea. Acudiram-me desse palácio. Depois amaram-me: a fam
alto mar, esposado, como os Doges de Veneza ao Adriático,
sua garrida corveta — entre aquele homem pois e aquela ma
or de homem como palpita o peito que longas noites abriu-se
s luas do oceano solitário, que adormeceu pensando nela ao
não dormia, virou de bordo: os navios ficaram lado a lado.
descarga do navio de guerra o pirata estremeceu como se qui
ntiu-se uma fumaça que subia do porão. O pirata dera fogo
s pólvoras... Apenas a corveta por uma manobra atrevida pô
r o que é a borrasca!... fora mister vê-la de uma jangada
luz da tempestade, às blasfêmias dos que não crêem e ma
... fora mister vê-la de uma jangada à luz da tempestade,
s blasfêmias dos que não crêem e maldizem, às lágrimas
tempestade, às blasfêmias dos que não crêem e maldizem,
s lágrimas dos que esperam e desesperam, aos soluços dos q
, as aves do mar já baixavam para partilhar minha presa; e
s minhas noites fastientas uma sombra vinha reclamar sua ra
belos castanhos e olhos azulados; sua tez era branca, e só
s vezes, quando o pejo a incendia, duas rosas lhe avermelhav
s solitário. O velho parou. Era na fralda de uma montanha.
direita o rochedo se abria num trilho: à esquerda as pedra
de uma montanha. À direita o rochedo se abria num trilho:
esquerda as pedras soltas por nossos pés a cada passada se
o caminho tortuoso que seguíamos. O velho lançou os olhos
escuridão do abismo e se riu. — Espera-me aí, disse ele
a e seguiu para o cume da montanha: eu sentei-me no caminho
sua espera: vi aquela luz ora perder-se, ora reaparecer ent
z — um miserável que ele erguera da poeira, como o vento
s vezes ergue uma folha, mas que ele podia reduzir a ela qua
hiena tem fome de cadáver… Eu estava ali pendente junto
morte. Tinha só a escolher o suicídio ou ser assassinado.
ingança e de soberba. Ele quisera matar-me, ele tinha rido
minha agonia e eu havia ir chorar-lhe ainda aos pés para e
ele. Sabei-las... essas minhas nuvens do passado, leste-lo
farta o livro desbotado de minha existência libertina. Se
colo ressaltando nas roupas de amazona: víssei-la assim e,
fé, senhores, que não havíeis rir de escárnio como ride
oesia! murmurou Bertram. — Poesia! por que pronunciar-lho
virgem casta o nome santo como um mistério, no lodo escuro
á estava uma mulher, bela como tudo quanto passa mais puro
concepção do estatuário. Essa mulher era a duquesa Eleon
s queimadas pelo mormaço do sol da vida, a nós sobre cuja
a velhice regelou os cabelos, essas crenças frias? A nós
toast de respeito! — Quero que todos se levantem, e com a
descoberta digam-no: Ao Deus Pã da natureza, aquele que a
ores! entre uma saúde e uma baforada de fumaça, quando as
s queimam e os cotovelos se estendem na toalha molhada de vi
hibald? falou um moço pálido que a esse reclamo erguera a
amarelenta. Pois bem, dir-vos-ei uma historia. Mas quanto a
Não sei se a noite era límpida ou negra; sei apenas que a
me escaldava de embriaguez. As taças tinham ficado vazias
a de Maria Stuart degolada e o algoz, "do cadáver sem
e o homem sem coração" como a conta Brantôme? — F
ilde Harold, I. Byron Um outro conviva se levantou. Era uma
ruiva, uma tez branca, uma daquelas criaturas fleumáticas
ito e agradeceu a Deus ainda ver-me, pôs as mãos na minha
, banhou-me a fronte de lágrimas — eram as últimas — d
ssar-lhe a mão senti-a banhada de umidade: além senti uma
fria como neve e molhada de um líquido espesso e meio coag
valos de uma carruagem pisaram-me ao passar e partiram-me a
de encontro à lájea. Acudiram-me desse palácio. Depois a
e-me pela protuberância dessa fronte, e pelas bossas dessa
quem podia ser esse homem? — Talvez um poeta... talvez um
uz. Godofredo Walsh era um desses velhos sublimes, em cujas
s as cãs semelham o diadema prateado do gênio. Velho já,
jei-a. Ela deixou sua mão nos meus lábios. Quando ergui a
, eu a vi: ela estava debulhada em lágrimas. — Nauza! Nau
me quando ele me tinha abatido! Os cabelos me arrepiaram na
, e suor frio me rolava pelo rosto. Quando cheguei a casa do
arecia sê-lo... Ergui os cabelos da mulher, levantei-lhe a
... — Era Nauza!... mas Nauza cadáver, já desbotada pela
i uma ponta da capa do outro: o corpo caiu de bruços com a
para baixo; ressoou no pavimento o estalo do crânio... —
disse entre uma fumaça e uma gargalhada Johann erguendo a
da mesa. — Pois bem! quereis um historia? Eu pudera conta
rto agitou-se: um homem aí estava parado, absorto. Tinha a
tão quente e febril e ele a repousava no portal. A fraquez